domingo, 11 de novembro de 2012

Imagens Históricas


Uma eleição que ficou marcada.
Estilo e época que o tempo não apagou
Um Carnaval entre tantos

terça-feira, 24 de julho de 2012

Férias No Nordeste

Férias No Nordeste - Areia Branca, Terra do Sal


Areia Branca é uma cidade para lá de interessante do Rio Grande do Norte. Localizada a 330 km da capital Natal, no interior do estado, e com uma população aproximada de 26 mil pessoas, a cidade faz parte da chamada “Costa Branca”, sendo o único lugar do mundo onde o sertão encontra o mar, na Ponta do Mel. Ah sim, a dita cuja é uma ilha.
É uma das maiores produtoras de sal do Brasil, tendo o apelido de Terra do Sal, também tem no turismo uma forte renda de economia, principalmente por causa de seu carnaval, que atrai milhares de turistas do nordeste.

E esse foi um dos motivos que fui parar lá.

Antes de ir, meu sogro alertou que fazia 7 meses que não chovia lá, alguns falaram que era exagero, outros confirmaram, outros disseram que era perto de 4 ou 5 meses. Seja como for, era muito tempo sem cair água do céu. Até brinquei no twitter que, se eu chegasse lá e chovesse, aí daria razão aos sarristas que falam que eu atraio chuva.
Foram 5 dias seguidos de chuva, sem contar o dia de Natal, logo que chegamos. Para que não pensem que o Morgan Freeman mandou o dilúvio direto, foram 5 dias calorentos, intercalados com um sol ardido que, do nada, mudava para uma baita chuva. Até frio chegou a fazer.

Obviamente, culparam a mim.
Poderes sobremeteorológicos à parte, foi uma estada bem legal lá. A cidade é sossegada e, por conta do carnaval, estava bem movimentada, sem aqueles riscos de cidade grande. Conhecemos as maravilhosas praias do Meio, Upanema (a principal), Ponta do Mel e Baixa Grande. No último dia, saímos da cidade e fomos para Tibau, divisa com o Ceará, onde ficamos na praia do… Ceará. Lá ficava sendo levado pela maré, intercalando Rio Grande do Norte e Ceará, no meu primeiro mergulho interestadual da história. A água das praias é quentinha e o cenário paradisíaco.
Esqueci de contar que quando a chuva parou de vez, na primeira noite que saímos para ver os shows das bandas, a cidade simplesmente apagou e tudo ficou na escuridão. Além de arauto das águas do céu, levei às trevas para o norte de RN. De raiva e birra, seguimos mesmo assim para o local dos shows. Mesmo na escuridão, tudo transcorreu normalmente, sem nenhum problema com polícia ou confusão. A energia voltou perto de irmos embora.


Do carnaval de rua, curti o bloco dos seis, em que seis malucos saem todo ano com alguma fantasia bizarra e tocando algo ainda mais bizarro pela cidade (marchinha? Forró? Axé?). Só não saíram quando o pai de um deles ou um deles, sei lá, morreu. Tem também o bloco “A Soma dá mais de 300”, vulgo Soma, que é o mais esperado pela cidade, mas que achei uma bosta, já que não tinha som e nem nada. E tem também o desfile das escolas de samba, que nem vou comentar. Mas é melhor que de SP.
Outro lugar curioso que fomos visitar (conhecemos todos os botecos da cidade também, mas não vou me alongar) foi a salina. Imaginem esse saquinho de sal Cisne (que nem é feito lá) do tamanho de um morro gigante? Pois é. Interessante que, por ser feriado, não tinha ninguém na fábrica ou na área que o sal fica “secando”. O vigia que estava lá simplesmente falou “que não podia entrar”, mas que era para entrarmos, “pois ele não viu nada”. Se quiséssemos, poderíamos levar uma pedra de sal de lembrança. Hilário.

É interessante ver que aquele negócio que está ali, a céu aberto, em cima do barro e tudo mais, vai para o seu prato. Claro que é refinado, mas é curioso. Uma coisa que descobrimos, e não curtimos muito, foi que o sal “corta”. Como é um cristal, se não souber pegar e esfregar demais nas mãos, ele corta. E, olha, dói para cacete.

O centro urbano é interessante, pois os bairros são pertos uns dos outros. Distante mesmo, só as praias e as salinas. A comida é boa demais e ainda não acostumei a ficar sem cuscuz, creme de milho, tapioca, pasteizinhos, suco de graviola/cajá-manga/caju e água de coco no café da manhã. Também não me acostumei a ficar sem peixe, camarão, baião de dois, um parente de marisco que esqueci o nome e tudo mais no almoço.
Problema foi quando acabou o carnaval, já que a cidade voltou a ser o centro da tranquilidade, não acontecendo nada lá. Se os mais jovens quiserem diversão, que se desloquem pela BR até Mossoró. Ou, no que vi muito lá, saiam de casa para estudar e só voltem no carnaval para visitar os pais e sumir na quarta-feira de cinzas.
Outro fato interessante é o total desrespeito às leis de trânsito e física, já que eles conseguem colocar mais de duas pessoas em cima de uma moto, ocupando o mesmo espaço. Dentro da cidade, coisas como capacete, setas para virar, respeito ao pedestre, entre outras coisas, não existe.

No último dia, como citado, fomos para a praia do Ceará, onde me esbaldei mergulhando e comendo bem, apesar do rango servido não ser lá grande coisa. Quando chegamos, arrumamos a mala e nos preparamos para acordar de madrugada e conhecer o “Pinga”, ônibus que sai uma vez por dia, às 5 da manhã, com destino à capital, Natal.
Mas esse capítulo do “Pinga” e do último dia em RN, em Natal, deixamos para depois…
Veja a matéria através do link

sábado, 19 de maio de 2012

Uma História Desconhecida

79 anos, de Areia Branca/RN, hoje Xapuri Afonso Pinto perdeu uma das vistas com uma 'pancada de vento' e uma perna por 'enfermidade' Papai queria que eu viesse cortar seringa para não ir para a guerra. Mamãe não queria de jeito nenhum. Na hora que a gente se alistava, diziam que aqui se juntava dinheiro com rodo. Tudo era fácil. Só que, quando nós chegamos, além de cortar seringa, ainda tinha que abrir estrada. Eu me alistei e embarquei para Fortaleza. Passei dois meses lá. Só tinha homem no pouso. Aí peguei um carro de boi para Teresina e depois um trem para o Maranhão. Passei outra temporada lá e peguei o navio para Belém. Na Baía de Marajó o navio encostou e pegou cento e tantos bois, que era para nós comer. Passei quase dois meses dentro do navio e peguei uma chatinha para Boca do Acre, um batelão para Rio Branco e outro para São Francisco. Nunca gostei de cortar seringa, mas não tive preguiça. A gente era perseguido. Não podia vender um principiozinho de borracha fora que a polícia vinha atrás, pior que ladrão. Um dia, peguei uma pancada de vento e perdi essa vista. Era bem novinho. Depois, peguei uma enfermidade e perdi a perna. Quando acabou a guerra, não tinha dinheiro para voltar para casa. Agora estou por aqui, aleijado, quase cego, mas bem de vida, graças a Deus. Ganho dois salários, e ainda ajudo quem precisa. Leia a matéria completa na revista Época, no link: ÉPOCA

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Dos Arquivos de Teodorico Bezerra

O deputado Manoel Avelino do PR, de Areia Branca, elegera-se com ajuda da família Rosado. Na eleição de 1959, Vigésima Legislatura, o PSD reelegeu José Vinício, Manuel Torres, Jocelyn Vilar, Newton Pinto, Mesquita Filho, Israel Nunes, Aluísio Bezerra e Manoel Avelino que passara a integrar a legenda. E a UDN coligada ao PR, formando a Frente Popular Democrática, reelegeu Manuel de Brito, Waldemar Veras e Cortez Pereira. O PSP, partido do ex-presidente João Café Filho, transformou-se em PTN, fundado por Djalma Maranhão, que ficou na primeira suplência da deputação federal. Foi nessa tumultuada legislatura que a Assembleia Legislativa dividiu-se, de forma traumática, em duas Casas, após o grave incidente em que saiu baleado o deputado Garibaldi Alves, dias depois do 03 de outubro que elegera Aluízio Alves ao governo do Estado. Criou-se a famosa Assembleia do Museu, dos deputados governistas, para aprovar o inventário político e administrativo do ex-governador Dinarte Mariz que tivera o seu candidato derrotado pelas urna Leia matéria completa clicando no link abaixo: http://tribunadonorte.com.br/noticia/dos-arquivos-de-teodorico-bezerra/217275

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O Cêrco

Ivani Rolim é um amigo de longas datas e de muito apreço. Uma das características do seu conjunto de valores é ser espirituoso, além de um boêmio centrado. O centrado aí, digamos, é apenas para amenizar o texto. Hoje ele desfruta muito bem do seu tempo vago, da exuberante praia de São Cristóvão, no litoral areia-branquense, sua terra natal, mas há tempos, uma das nossas praias preferidas era Peixe Gordo, em Icapuí (CE), a cerca de 12 quilômetros de Tibau (RN), na divisa, onde a gente passava o final de semana na residência de familiares.Houve um tempo em que além da beleza indescritível de Peixe Gordo na companhia de outros amigos, um dos ingredientes desse lazer era o bar Morro do Chapéu, de Alex Rosado, um lugar muito bem transado em frente ao mar. O recanto lotava nos fins de semana, enquanto nós nos dividíamos entre a praia e os alpendres da casa grande, na vila, a um quilômetro do mar. E em um desses finais de semana prolongados, estávamos nós, junto com outros amigos, em casais, entre churrasco e viola quando faltou cerveja. Prontifiquei-me de ir comprar em Tibau junto com Ivani. Foi um pé lá e outro cá, até para não deixar que a farra sofresse solução de continuidade.É tanto que lá pelas 8 da noite, todo mundo já estava se acomodando para dormir, em consequência do peso etílico do dia. Eu, Ivani e outros marmanjos armamos nossas redes nos alpendres e continuávamos a conversar esperando o sono que não demoraria a chegar. Além do que estava por vir.Era por volta das 5 horas da manhã do dia seguinte, quando a polícia do Ceará cercou a casa grande. Uns 20 ou 30 soldados fortemente armados que chegaram em quatro carros faziam o maior barulho. Arregaçando, como diria o lendário do lugar, Chico Bigode.Meu sogro, a época, Chiquinho Belarmino, foi o primeiro a sair da casa com as mãos para o alto, enquanto o comandante da tropa perguntava de quem seria aquele Kadette estacionado em baixo de uma frondosa tamarineira.- É do meu genro, ele está dormindo ali.Respondeu assombrado.Era o meu carro, o mundo estava caindo e eu roncando, enquanto Ivani ao lado na outra rede, certamente já acordado, mas enrolado de pé à cabeça, inerte até então.Ao receber outro comando, meu sogro se aproxima da minha rede e tenta me acordar.- Gilberto, o que foi que você fez homem, que a polícia está lhe procurando?Eu acordei desorientado com aqueles policiais apontando pra mim com metralhadora e tudo mais, passei as mãos no rosto para atenuar a ressaca e apenas olhei para os homens sem entender o que estava acontecendo.- Onde você estava ontem?Perguntou o chefe do comando.- Fui a Tibau e retornei.Daí logo eles perceberam que eu não era o bandido o qual eles estavam procurando e foram descansando as armas. Mais ou menos refeito, eu perguntei de que realmente se tratava.Havia sido um assalto ao posto fiscal de Mata Fresca, na divisa entre os dois Estados, quando os bandidos fugiram em um Kadette da cor do meu. Teria sido um carro tomado em Mossoró, se eu não me engano, do advogado Marcos Araújo.E enquanto eu conversava da rede com os policiais, do outro lado da cerca, escutando tudo por debaixo do lençol, Ivani bota a cabeça de fora da rede e diz pra mim, parecendo abusado: “Gilberto, entregue logo esse dinheiro, homem, para acabar com essa confusão...”E mesmo naquela seriedade fardada, alguns PMs não tiveram como esconder o sorriso. Gilberto de Souza, no blog Caderno Mil, em 20/11/2009Clique no link e veja o blogCaderno Mil

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Anos Verdes
Tome Nota

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Uma Carta de Juscelino Kibitschek

Manoel Avelino fala, em especial, para Juscelino e João Goulart, tendo a frente o sr. "Quinquin Lúcio" - foto do albúm de Costa Júnior.
Juscelino e João Goulart em Areia Branca no ano de 1955 na ocasião era orador Manoel Avelino também na foto Vicente Dutra, Braz Pereira e Dr. Gentil Fernandes


Meu caro Mota Neto:

Guardo ainda magnífica impressão da visita que fiz à progressista e culta cidade de Mossoró. Não posso conter as repetidas emoções que aí experimentei, ao contato da gente laboriosa e na contemplação das belas paisagens que as planícies e as pirâmides de sal mais embelezam.

É, realmente, Mossoró uma oficina de trabalho constante, cujos resultados transpõem as fronteiras do município e contribuem para o fortalecimento das indústrias de todo o país. Dentro dessa colmeia se erguem as chaminés de suas fábricas, movimentadas por seus operários compreensíveis e capitães de indústria, que oferecem aos habitantes e consumidores de outras regiões os produtos e as matérias-primas tiradas de seus campos agrícolas e do seu subsolo, prodigiosamente rico.

As extensas salinas estão a reclamar a iniciativa dos homens progressistas, como a cera de carnaúba, o algodão, o gesso e a semente de oiticica reclamam um aproveitamento mais racional com a sua industrialização no próprio centro de produção. Isto permitiria a atividade de uma multidão de trabalhadores, como impediria a evasão de rendas que viriam enriquecer o município e o Estado.

Você, a quem me acostumei a estimar, desde a nossa passagem pela Câmara Federal, ainda é moço e animado de confiança nos destinos de nossa terra. Ao lado do jovem prefeito Vingt Rosado, cujo dinamismo de perto admirei, e do deputado Dix-Huit Rosado, herdeiro, como seu irmão, das virtudes cívicas de Jeronymo Rosado, que se refletiram, também, na realidade varonil do saudoso Governador Jeronymo Dix-sept Rosado Maia, muito pode fazer pela vitória de nossa campanha democrática.

Essa convicção se fortaleceu no meu espírito na troca de ideias que tive com o nosso digno candidato a Governador, deputado Jocelyn Vilar, que me pôs a par do movimento que se está procedendo no Rio Grande do Norte e, principalmente, na Zona Oeste, cujo centro mais importante é a cidade de Mossoró.

Esse município não poderia mentir ao seu passado de baluarte da liberdade, submetendo-se as imposições extemporâneas de forças ocasionais no cenário político do país.

Os atuais líderes da democracia em Mossoró - e você é um deles - apenas repetiram o gesto altivo dos abolicionistas de 1833. Sei que foi a sua residência transformada no centro de reação contra os falsos defensores do brio e da dignidade do povo potiguar. Nesse centro - sei também - que se reuniram na mesma harmonia de pensamento, políticos e patriotas da estirpe de Lucas Pinto, Vingt Rosado, Rodrigues de Carvalho, Francisco Brasil de Góis , Dix-Huit Rosado e Francisco Amorim, formando uma verdadeira trincheira de defesa democrática, culminando com a feliz e vitoriosa de Jocelyn Vilar ao governo do Rio Grande do Norte.

A minha disposição de atender as aspirações dessa região já tive o ensejo de expor em comícios realizados aí e em Areia Branca, acentuando, principalmente, que o porto de Areia Branca, o sexto do país em volume de exportação, será a minha primeira preocupação, na série de obras a serem realizadas, no que se refere ao Rio Grande do Norte. Esse mesmo compromisso assumi em conversa que tive com o deputado Jocelyn Villar, cujos propósitos de servir a sua terra são idênticos aos meus.

Recomende-me a todos os correligionários e receba um afetuoso abraço do

Juscelino Kubitschek"

Publicação em Tribuna do Norte, de 26/06/2011 jornal de WM

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Eventos Importantes

domingo, 12 de junho de 2011

No Tempo dos Armazens


SEBASTIÃO AMORIM aos 94 anos de idade (31/06/1917 008/06/2011) Vídeo Ginetta Amorim - “Na Rua da Frente, lembro de alguns comerciantes – bodegueiros – que marcaram época: José Silvino, meu pai, José Leonel, seu Izídio (pai de Queca), dona Branca, Valdemiro, seu Josa (o bem humorado da rua), seu Lalá da Padaria, Jairo e seu Quincó (estes dois com loja de tecidos), Chico Lino, Antonio Noronha, seu Quidoca, Antonio Calazans (na parte de cima da rua) e Sebastião Amorim, na parte de baixo, pros lados da usina de luz. ” - Texto de EVALDO OLIVEIRA em Era Uma Vez Em Areia Branca.

SEBASTIÃO AMORIM

Um dos marcos na história da política areia-branquense nos últimos 50 anos, o ex-vice-prefeito e ex-vereador Sebastião Amorim de Souza faleceu na quinta-feira, 9, em Natal, aos 94 anos. Tido como um dos maçons mais antigos do Rio Grande do Norte, foi vice-prefeito em duas gestões, vereador e presidente da Câmara Municipal de Areia Branca. No livro “Silhuetas do Tempo”, o ex-prefeito Jairo Josino de Medeiros traça o perfil de Sebastião Amorim, desde a chegada de Grossos a esta cidade até sua incursão na vida pública. Com o texto, o Blog presta uma homenagem ao saudoso político. Leia.
Dentre as personalidades que o município de Grossos tem “emprestado” a Areia Branca, muitos se destacaram na vida profissional, política e social da nossa cidade. (...) Como parte dessa plêiade de homens ilustres que de um modo ou de outro vieram nos honrar com sua presença entre nós, destacamos a figura ímpar de Sebastião Amorim de Souza, um dos políticos mais honrados e dignos de quantos passaram pela nossa vida pública.
Lembrar de Amorim é também lembrar a “Revolução de 64”, o que acho muito cedo ainda, para se tirar o curativo da chaga que foi aquele movimento entre nós areia-branquenses. Algumas seqüelas deixadas como marcas, não foram ainda absorvidas pelos doentes em estado de observação. Entretanto, não podemos também deixar que se perdure indefinidamente, a injustiça que foi praticada contra alguns de nossos conterrâneos, notadamente Zé Duarte, Aldenor Cândido, Antônio Silvério, Sebastião Amorim de Souza, etc. Com relação a este último, posso afirmar que em tempo algum, Areia Branca foi tão ingrata quanto o foi com esse “filho” ilustre.
Nascido em Grossos no ano de 1917, de estatura mediana, calvo, chegou a Areia Branca ainda moço, ou mais precisamente com 12 anos, estabelecendo-se, depois de poucos empregos, no ramo de secos e molhados. Católico, poucos espíritos entre nós foram dotados de imaginação tão ingênua, tão natural e tão honesta, quanto Sebastião o é.
Naquela época, mais ou menos em 1955, Amorim já era padrinho de um quarto da meninada da terra. Os compadres se multiplicavam aos domingos na Igreja Matriz.
Quando na sucessão de Manoel Avelino, deu-se o problema. Não tendo quem quisesse enfrentá-lo, Solon apelou pra Sebastião, para disputar o pleito, enfrentando a candidatura Francisco Brasil de Góis. Foi sua primeira derrota. Em 1958, novamente o chamaram para disputar com Antônio Calazans, tendo o rolo compressor de Manoel Avelino esmagado suas pretensões de chegar à prefeitura.
Em 1962, finalmente foi eleito vice-prefeito na chapa encabeçada por Chico Costa, e logo a seguir, em 1968, tendo sido reeleito com Alfredo Rebouças, este na cabeça da chapa. Em 1970, tendo o prefeito Alfredo Rebouças sido afastado por um ato arbitrário da “Revolução”, Amorim de Souza solidarizou-se com este e foi afastado também. Em 1976, na eleição de Luiz Duarte, finalmente foi eleito vereador. Insistindo sempre na veia jugular da política, em 1982 foi novamente candidato a vereador, tendo perdido a eleição, pois Expedito Leonez não o ajudara.
Sucessivas derrotas foram-lhes machucando as aspirações, como as últimas folhas de uma árvore que se despede da vida. Até que em 1988, por insistência dos amigos que lhe prometeram ajudar, candidatou-se novamente a vereador, tendo sido derrotado, nessa que foi para ele, sua última aparição na vida pública.
À semelhança de Simão Pedro, que no cantar dos galos negou três vezes Cristo, o povo de Areia Branca também negou a Sebastião Amorim de Souza, não três, mas quatro vezes o direito de dirigi-lo e de representá-lo.
Antigo presidente da Cooperativa Areia-branquense de Crédito. Antigo presidente da Câmara Municipal de Areia Branca, finalmente, em todos os cargos que exerceu em nossa cidade, exerceu com probidade e espírito de justiça.
De repente, porém, desapareceu das rodas sociais, dos conchavos políticos, das articulações palacianas. O antigo chefe grossense aparece vendendo café condignamente na Barão do Rio Branco. Aquele que foi o chefe inconteste da nossa vida política quase meio século, quando torrava café na Rua da Frente e se dedicava a fazer política honestamente, condignamente, como só se fazia antigamente...
Jairo Josino de Medeiro - Silhuetas dos Tempo
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Depoimentos>


...Em Areia Branca, o político de maior projeção, Manoel Avelino (ex-deputado estadual), acompanhava Dinarte Mariz, e do outro lado, Dr. Chico Costa (ex-prefeito), liderava os partidários de Aluízio Alves, denominados bacuraus.
As campanhas políticas eram bastante acirradas e os ânimos eram deveras exaltados, tanto na capital quanto nos interiores. Creio eu que nos interiores eram muito mais. Em Areia Branca todos se conheciam e dificilmente alguém não tomava partido. Othon de Souza no artigo ELEIÇÕES, site Era Uma Vez Em Areia Branca
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Campanha memoravel de 1972 (CarlosXAdelaide) vitoria apertada de Carlos por 95 votos. Peixe e a Rosa. Outra grande campanha foi a do Pisa na Fulô (Sebastião AmorimXAntonio Calazans).Minha avó muito empenhada na campanha de Sebastião Amorim (derrotado) fez promessas com a derrota foi até ao cemiterio e deu banana para alma de bispo,papa e todos os santos. Vitoria tem mil pais, a derrota é orfã. – ANTONIO JOSÉ
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Ora meu querido Antonio José, falar do Pisa na Fulô é chover no molhado quando se tratava do digníssimo Senhor Sebastião Amorim, pessoal de reputação ilibada um ser humano extraordinário e por essas e todas as qualidades que reunia, era sempre lembrado a cargos eletivos dada a sua grande aceitação pessoal, coisa que não se refletia em votos, pois não existia uma só pessoa em Areia Branca que não gostasse de Sebastião Amorim, porem as urnas sempre foram cruéis com Amorim, pois que, eu me lembre, foi eleito uma única vez como vice prefeito na chapa de Alfredo Rebouças numa administração que não chegou ao fim, a qual me referi anteriormente. Assim sendo, e claro dentro da mística e não da certeza, era previsível mais uma derrota de Sebastião Amorim, sem tirar o mérito do vencedor Senhor Antonio Calazans, outra pessoa de grande caráter. – AUGUSTO ALMEIDA
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mas como eu gostaria de ver nomes de pessoas da minha cidade, José Jaime Rolim, Miguel de Dimas, João Pereira de Brito, Rita Fernandes de Souza, Sebastião Amorim, José de Sampaio Barros, Antonio Silvério, José Lopes da Silva, Zé Filgueira, José Nogueira de Melo e tanto outros de memória merecida. Direi: Areia Branca carece redimir-se dessa consideração, digamos logo a palavra de uma vez. – Paulo Cesar, em A Voz de Areia Branca
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Faleceu em Natal, a semana passada, aos 94, sendo sepultado em Areia Branca, o comerciante e político Sebastião Amorim. Foi vice-prefeito e vereador em sucessivas legislaturas, com a prestação de bons serviços. Não fui ao enterro - no domingo passado foi que me chegou a notícia.Prof José Nicodemos de Souza, no Jornal DeFato.com dia 150611