segunda-feira, 25 de abril de 2011

O Que Penso E Sinto Por Areia Branca



Carlos Santos

Não costumo dar resposta a anônimos, ignoro provocações ou insinuações de quem tem vergonha do próprio nome. Refiro-me a essa gente frouxa, que se esconde em pseudônimos e endereços apócrifos.

Mas vou abrir uma exceção.

Recebi um e-mail com nome e endereço falsos. Pelo estilo e sistema de rastreamento de I.P. (endereço de computador) não foi difícil chegar ao seu autor.

Faz-me ameaças e avisa que não devo emitir comentários sobre a política de Areia Branca. Não me surpreendi.

Tudo ficou na medida de sua baixa estatura, marcada pela ausência de caráter.

Minha resposta vai em forma de memorando a todo e qualquer outro indigente moral e covarde.

Não sou um estranho em Areia Branca. Tenho laços familiares e amizades que não se desmancham como a espuma do vaivém da maré.

Minha convivência com outros, nesse belo lugar, não é definido por critérios bobos e atrasados, em que as pessoas são amigas ou inimigas pela cor partidária, se é "Bicudo" ou "Bacurau", governista ou oposicionista.

Gosto de gente. Do traço de humanidade que existe em cada uma delas. Adoro Areia Branca de graça há mais de 30 anos.

Convivo com os contrários sem predileções sazonais e não uso máscaras para dizer o que penso a cada um deles. Sou transparente, mas nem por isso frágil.

Continuarei escrevendo e falando sobre Areia Branca. Saudarei meus amigos (e farei outros), mas com respeito a quem não gosta de mim.

A minha Areia Branca é de dona Luquinha, de mestre Bagaé, de Dedé Melão, professor José Nicodemos, escritor Deífilo Gurgel, desembargador João Rebouças, vereador Paulo Wagner, jornalista Luciano Oliveira, advogado Rogério Edmundo, ex-prefeito Expedito Leonez, ex-vereador Cleodon Bezerra, ex-vereador Francisco Macedo, Chicão do Mel, ex-ministro Fausto, José Leite, o cantor Siqueira, radialista Jailton Rodrigues, advogado Miguel Josino, prefeito "Souza", Edvanda Pereira da Fundação de Cultura, escritor Chico de Neco Carteiro, de minha mãe Maura Oliveira, ex-jogador de futebol Vildomar, vereadores José Nazareno e Aldo Dantas, dona Chaguinha Edmundo, Rudson de Góis, músico Tico da Costa, ex-prefeitos Chico Costa e Luiz de Vovô, primeira-dama Joseana, empresário Carlos Soares e tantas outras pessoas que a memória não junta agora.

Portanto, não tenho motivos para me afastar do que gosto (jornalismo político e Areia Branca). Assim continuarei.

Nâo sou forasteiro, aventureiro ou desconhecido. Tenho raízes no lugar. E o que me parece mais significativo: gosto de graça. Não cobro retribuição. Amor por inteiro.

Areia Branca não pode ser de uns poucos, sobretudo alguns que apenas a querem para saquear. Deve e continuará sendo daqueles que lhe querem bem. É o que penso e sinto.

Imagem do dia em que as candidatas ao Miss RN 2011 eram aguardadas na cidade. Foto de Jailton Rodrigues

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Produção de Sal - Vídeos


O destino do quadro Tô de Folga é Areia Branca, no Rio Grande do Norte. A maior riqueza da cidade é também o que mais atrai os turistas: as minas de sal.
De Natal até lá são 330 km pela BR304 e BR310 depois de Mossoró.
Na entrada da cidade já dá pra ver a maior riqueza de Areia Branca: o sal. Com a evaporação da água do mar, o sal vai se depositando nas margens dos tanques. Na cidade, dá pra pegar uma balsa pelo rio Ivipanim e ver as salinas ainda mais de perto.
“Nós estamos aqui numa região, que apesar de litorânea, é quente é seca. Tudo isso favorece pra essa grande produção de sal”, explica Francisco Melo, secretário do Turismo de Areia Branca.
As visitas às salinas são gratuitas nos horários comerciais. Dá pra pegar o sal com a mão e tirar foto ao lado das pilhas.
Em barcaças são transportadas 1200 toneladas de sal das salinas para o terminal Porto-Ilha. Ao todo, por ano, nas três salinas de Areia Branca, são produzidas 700 mil toneladas. Produto que é consumido tanto internamente quanto exportado.
Areia Branca tem 45 quilômetros de litoral. São seis praias. Só uma é urbana.
Uma das características da praia de Upanema é que nas horas de maré seca é possível andar vários metros mar adentro com a água abaixo do joelho. “É sempre calmo e sempre muito confiável pra gente estar com as crianças”, diz a dona de casa Carla da Silva Santos.
A cidade tem um hotel e dez pousadas com diárias variando entre 60 e 110 reais. É também por lá que se pode fazer uma pausa para o almoço. Os pratos custam de 15 a 30 reais e a especialidade são os frutos do mar.
“A gente pediu um ensopadozinho de búzios, acompanhando uma farofinha e uma macaxeirazinha frita. Estava ótimo”, conta o músico Giovane Azevedo.
As outras praias são isoladas. O charme é ir pela beira-mar. Na praia Baixa Grande o turista fica praticamente sozinho. Na São Cristóvão, o movimento fica por conta dos pescadores.
De um lado vegetação típica do sertão: algaroba, jurema, cacto. Do outro as belezas do litoral. São essas as características que fazem a diferença nas praias da região.
“Interessante, né? Você percebe nitidamente a vegetação mudando. Mas o principal são as dunas. Elas são um aspecto particular aqui”, comenta o turista Arlindo Flávio da Conceição.
Ponta do Mel foi cenário de filme: "Maria, mãe do filho de Deus", do padre Marcelo Rossi. A parte da crucificação foi gravada em uma falésia de lá e virou ponto de visitação.
Areia Branca é um passeio perfeito pra quem quer curtir a folga num lugar bem tranquilo.







sábado, 16 de abril de 2011

Costa Branca (RN) a Pé



de Jorge Soto,


Acordo bem disposto, tomo um breve desjejum e arrumo minhas coisas p/ zarpar logo na sequencia, as 5:30. Me dirijo à praia, onde dou as costas ao disco rubro q emerge lentamente no oceano, a leste, e tomo rumo contrario, pisando no chão duro e plano da enorme e extensa praia a minha frente. Não demora e alcanço a pta ao final da enseada, q nada mais é q uma enorme falésia avermelhada, q me acompanha durante um bom tempo, à minha esquerda. E as 6:40 termino chegando na Pta do Mel, q recém desperta c/ seus jangadeiros lançando-se ao mar p/ mais um dia de labuta. Visivelmente c/ + infra q a pacata Rosado, o vilarejo tem, alem de ruas de paralelepípedo, mto mais comercio entre seus quiosques e palhoças.
Após descansar 15min à sombra de um toldo improvisado c/ palhas de carnaúba trancada, retomo minha pernada indo de encontro à extensa e interminavel q faixa de areia q domina a próxima enseada, deserta por sinal. Diferente dos dias anteriores, alem de dunas douradas e avermelhadas, uma sequencia de falésias de cor rubra, amarela e alaranjada bordejam boa parte do caminho, ao longe. E lavou eu, andando novamente sozinho, enqto o vento fustiga minhas pernas c/ grãos de areia. Mas subitamente me deparo c/ jovens, senhoras e criancas, espalhados em grupos pela praia, enfiando a mão na areia, como q buscando alguma coisa alguma. Penso q tao coletando conchas, mas não. Estão atrás de um molusco chamado "caioba" q juntam em enormes sacolas p/ ganhar seu sustento. Os olhares não disfarçam quem ta mais curioso e surpreso c/ quem; se sou eu por vê-los aqui sob aquele sol matinal ou eles por me verem c/ um enorme trambolho nas costas.
A chegada à Pta Redonda (ou São Cristóvão) é precedida por uma enorme muralha rubra à minha esquerda. Após me espremer por alguns rochedos e recifes, deixo a praia e tomo um atalho por cima da falésia q me leva direto à vila. O alto do morro é o melhor mirante do dia. Do lado do pitoresco cemitério local cheio de cruzes coloridas, o visual impressiona: num giro de 360 graus temos o deserto, a caatinga e o litoral tupiniquim juntinhos, onde a retidao do mar se funde c/ o ceu azul. As 9hrs alcanço a simplória e rustica vila às margens de uma linda praia, cujos quiosques estão tds fechados, mas exibem varais de secagem de peixe aos montes. Por sorte, consigo q um faca exceção p/ mim em troca de uma boa prosa. Tomando uma boa breja gelada, o dono reclama do movimento zero, do governo q não leva água encanada nem eletricidade, enfim, de uma estrada decente q facilite o acesso ate ali. Me pergunto se é justamente esse o encanto do local.
Continuando a pernada 2hrs depois, prossigo atraves de uma bela enseada de água azul turquesa, ladeada por dunas e coqueiros q lhe conferem um belo contraste de tons. O sol rijo desta vez foi substituído por uma rara nebulosidade clara e um forte mormaço. A enorme praia so não é totalmente deserta pq tem algumas casas e palhoças esparsas, porem sem sinal algum de vida. O final da enseada é marcado uma ponta c/ lajedos e algumas pedras.
Tomando uma estradinha de areia, logo caio na enorme enseada sgte, q por sua vez se caracteriza por uma praia estreita e levemente ingreme, tomada por muitos arbustos. A maré alta inviabiliza caminhar o tempo td pela areia e nos obriga a adentrar muitas vezes nos arbustos e seguir trôpega e cansativamente por estradas de areia paralelas à mesma. Mas qdo o terreno parece nivelar numa praiona plana e larga, retomamos nosso ritmo normal de pernada pela orla.
O calor das 13hrs parece emanar do chão e é quase palpável, mas por sorte chego em Morro Pintado, q nada + é outra enorme praia ao sopé de uma enorme falésia vermelha tomada pelo mato, onde despontam algumas casas escondidas. Felizmente tenho água suficiente e, sentado num tronco na areia à sombra de uma pequena arvore, me dou um descanso e faço um rápido lanche.
Voltando à pernada, continuo decidido costeando aquela interminável enseada durante + 2 longas hrs, em ritmo inalterado. Mas logo as falésias e dunas somem, dando lugar a uma vasta planície de restinga rala q se estende continente adentro. Aos poucos, começam a surgir casas e algum comercio. Estou em Baixa Grande e são apenas 16hrs. Ali, tomando + uma cerveja num dos poucos quiosques abertos, sou informado q p/ chegar ate meu proximo destino, Areia Branca (distante uns 5km), teria de atravessar dois rios fundos e q a probabilidade de não haver barqueiro era enorme.Bem, ai tive q tomar a decisão de encerrar ai minha pernada, pois não desejava surpresas q atrasassem meu cronograma já estourando. Alem do mais, apesar de bonita, me disseram q Areia Branca tava bem muvucada, repleta de turistas, e tive receio de encontrar lugar decente la p/ acampar, caso houvesse necessidade disso.
Sendo assim, após uma boa chuveirada p/ remover o suor e a maresia q deixa a pele grudenta, atravessei Baixa Gde e me lancei ao asfalto q me levaria à BR-110. Antes, porem, me abasteci de água já prevendo ter de acampar a beira da estrada. Contudo, consegui negociar uma lotação q me levou à pacata Areia Branca, maior cidade da Costa do Sal. Incrível como aqui td gira em torno das salineiras, onipresentes durante td o trajeto do "alternativo", justificando o fato das águas mornas everdes daqui terem a 2ª salinidade maior do planeta, perdendo apenas pro Mar Morto. Na sequencia rumamos p/ Mossoró, onde acampei do lado da rodoviária, e esperar ate o dia sgte p/ tomar busao ao meu proximo destino. Mas ai já é outra historia.

E essa foi minha jornada pela Costa do Sal, um lugar sob mtos aspectos igual a tantos outros do litoral nordestino. Dunas douradas e falésias avermelhadas se derramam sobre praias de areia branca desertas banhadas pelo mar turquesa, formando um lindo contraste. Onde pescadores em vilas perdidas estendem sua rede na colheita diária do almoço, acompanhados de perto pelas gaivotas. Mas la existe tb a caatinga, cujos galhos ressequidos não se deixam verdejar pela aproximação do oceano, e cuja rudeza agreste parece coroar aquele cenário peculiar já formado. E o melhor é q td isso esta longe de qq muvuca do turismo convencional. Mandacarus, bodes e jegues parecem apenas querer criar uma moldura p/ dar proteção a este pedacinho quase intocado de Brasil. Um pedacinho onde o mar vira sertão e sertão vira mar, neste Brasil de sal e sol.

Parte de texto do artigo “Costa Branca (RN)...a pé!”,publicado em 17/03/2009 no site Mochileiros. com