domingo, 12 de junho de 2011

No Tempo dos Armazens


SEBASTIÃO AMORIM aos 94 anos de idade (31/06/1917 008/06/2011) Vídeo Ginetta Amorim - “Na Rua da Frente, lembro de alguns comerciantes – bodegueiros – que marcaram época: José Silvino, meu pai, José Leonel, seu Izídio (pai de Queca), dona Branca, Valdemiro, seu Josa (o bem humorado da rua), seu Lalá da Padaria, Jairo e seu Quincó (estes dois com loja de tecidos), Chico Lino, Antonio Noronha, seu Quidoca, Antonio Calazans (na parte de cima da rua) e Sebastião Amorim, na parte de baixo, pros lados da usina de luz. ” - Texto de EVALDO OLIVEIRA em Era Uma Vez Em Areia Branca.

SEBASTIÃO AMORIM

Um dos marcos na história da política areia-branquense nos últimos 50 anos, o ex-vice-prefeito e ex-vereador Sebastião Amorim de Souza faleceu na quinta-feira, 9, em Natal, aos 94 anos. Tido como um dos maçons mais antigos do Rio Grande do Norte, foi vice-prefeito em duas gestões, vereador e presidente da Câmara Municipal de Areia Branca. No livro “Silhuetas do Tempo”, o ex-prefeito Jairo Josino de Medeiros traça o perfil de Sebastião Amorim, desde a chegada de Grossos a esta cidade até sua incursão na vida pública. Com o texto, o Blog presta uma homenagem ao saudoso político. Leia.
Dentre as personalidades que o município de Grossos tem “emprestado” a Areia Branca, muitos se destacaram na vida profissional, política e social da nossa cidade. (...) Como parte dessa plêiade de homens ilustres que de um modo ou de outro vieram nos honrar com sua presença entre nós, destacamos a figura ímpar de Sebastião Amorim de Souza, um dos políticos mais honrados e dignos de quantos passaram pela nossa vida pública.
Lembrar de Amorim é também lembrar a “Revolução de 64”, o que acho muito cedo ainda, para se tirar o curativo da chaga que foi aquele movimento entre nós areia-branquenses. Algumas seqüelas deixadas como marcas, não foram ainda absorvidas pelos doentes em estado de observação. Entretanto, não podemos também deixar que se perdure indefinidamente, a injustiça que foi praticada contra alguns de nossos conterrâneos, notadamente Zé Duarte, Aldenor Cândido, Antônio Silvério, Sebastião Amorim de Souza, etc. Com relação a este último, posso afirmar que em tempo algum, Areia Branca foi tão ingrata quanto o foi com esse “filho” ilustre.
Nascido em Grossos no ano de 1917, de estatura mediana, calvo, chegou a Areia Branca ainda moço, ou mais precisamente com 12 anos, estabelecendo-se, depois de poucos empregos, no ramo de secos e molhados. Católico, poucos espíritos entre nós foram dotados de imaginação tão ingênua, tão natural e tão honesta, quanto Sebastião o é.
Naquela época, mais ou menos em 1955, Amorim já era padrinho de um quarto da meninada da terra. Os compadres se multiplicavam aos domingos na Igreja Matriz.
Quando na sucessão de Manoel Avelino, deu-se o problema. Não tendo quem quisesse enfrentá-lo, Solon apelou pra Sebastião, para disputar o pleito, enfrentando a candidatura Francisco Brasil de Góis. Foi sua primeira derrota. Em 1958, novamente o chamaram para disputar com Antônio Calazans, tendo o rolo compressor de Manoel Avelino esmagado suas pretensões de chegar à prefeitura.
Em 1962, finalmente foi eleito vice-prefeito na chapa encabeçada por Chico Costa, e logo a seguir, em 1968, tendo sido reeleito com Alfredo Rebouças, este na cabeça da chapa. Em 1970, tendo o prefeito Alfredo Rebouças sido afastado por um ato arbitrário da “Revolução”, Amorim de Souza solidarizou-se com este e foi afastado também. Em 1976, na eleição de Luiz Duarte, finalmente foi eleito vereador. Insistindo sempre na veia jugular da política, em 1982 foi novamente candidato a vereador, tendo perdido a eleição, pois Expedito Leonez não o ajudara.
Sucessivas derrotas foram-lhes machucando as aspirações, como as últimas folhas de uma árvore que se despede da vida. Até que em 1988, por insistência dos amigos que lhe prometeram ajudar, candidatou-se novamente a vereador, tendo sido derrotado, nessa que foi para ele, sua última aparição na vida pública.
À semelhança de Simão Pedro, que no cantar dos galos negou três vezes Cristo, o povo de Areia Branca também negou a Sebastião Amorim de Souza, não três, mas quatro vezes o direito de dirigi-lo e de representá-lo.
Antigo presidente da Cooperativa Areia-branquense de Crédito. Antigo presidente da Câmara Municipal de Areia Branca, finalmente, em todos os cargos que exerceu em nossa cidade, exerceu com probidade e espírito de justiça.
De repente, porém, desapareceu das rodas sociais, dos conchavos políticos, das articulações palacianas. O antigo chefe grossense aparece vendendo café condignamente na Barão do Rio Branco. Aquele que foi o chefe inconteste da nossa vida política quase meio século, quando torrava café na Rua da Frente e se dedicava a fazer política honestamente, condignamente, como só se fazia antigamente...
Jairo Josino de Medeiro - Silhuetas dos Tempo
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Depoimentos>


...Em Areia Branca, o político de maior projeção, Manoel Avelino (ex-deputado estadual), acompanhava Dinarte Mariz, e do outro lado, Dr. Chico Costa (ex-prefeito), liderava os partidários de Aluízio Alves, denominados bacuraus.
As campanhas políticas eram bastante acirradas e os ânimos eram deveras exaltados, tanto na capital quanto nos interiores. Creio eu que nos interiores eram muito mais. Em Areia Branca todos se conheciam e dificilmente alguém não tomava partido. Othon de Souza no artigo ELEIÇÕES, site Era Uma Vez Em Areia Branca
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Campanha memoravel de 1972 (CarlosXAdelaide) vitoria apertada de Carlos por 95 votos. Peixe e a Rosa. Outra grande campanha foi a do Pisa na Fulô (Sebastião AmorimXAntonio Calazans).Minha avó muito empenhada na campanha de Sebastião Amorim (derrotado) fez promessas com a derrota foi até ao cemiterio e deu banana para alma de bispo,papa e todos os santos. Vitoria tem mil pais, a derrota é orfã. – ANTONIO JOSÉ
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Ora meu querido Antonio José, falar do Pisa na Fulô é chover no molhado quando se tratava do digníssimo Senhor Sebastião Amorim, pessoal de reputação ilibada um ser humano extraordinário e por essas e todas as qualidades que reunia, era sempre lembrado a cargos eletivos dada a sua grande aceitação pessoal, coisa que não se refletia em votos, pois não existia uma só pessoa em Areia Branca que não gostasse de Sebastião Amorim, porem as urnas sempre foram cruéis com Amorim, pois que, eu me lembre, foi eleito uma única vez como vice prefeito na chapa de Alfredo Rebouças numa administração que não chegou ao fim, a qual me referi anteriormente. Assim sendo, e claro dentro da mística e não da certeza, era previsível mais uma derrota de Sebastião Amorim, sem tirar o mérito do vencedor Senhor Antonio Calazans, outra pessoa de grande caráter. – AUGUSTO ALMEIDA
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mas como eu gostaria de ver nomes de pessoas da minha cidade, José Jaime Rolim, Miguel de Dimas, João Pereira de Brito, Rita Fernandes de Souza, Sebastião Amorim, José de Sampaio Barros, Antonio Silvério, José Lopes da Silva, Zé Filgueira, José Nogueira de Melo e tanto outros de memória merecida. Direi: Areia Branca carece redimir-se dessa consideração, digamos logo a palavra de uma vez. – Paulo Cesar, em A Voz de Areia Branca
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Faleceu em Natal, a semana passada, aos 94, sendo sepultado em Areia Branca, o comerciante e político Sebastião Amorim. Foi vice-prefeito e vereador em sucessivas legislaturas, com a prestação de bons serviços. Não fui ao enterro - no domingo passado foi que me chegou a notícia.Prof José Nicodemos de Souza, no Jornal DeFato.com dia 150611