sábado, 9 de outubro de 2010

Tribuna do Leitor



A Vía Crucis de William na "Paris" potiguar

Tudo começou numa quarta-feira. Nosso amigo William de Oliveira com muita ansiedade e cheio de motivação preparava-se para uma viagem à sua querida Areia Branca, a “Paris” potiguar. Viagem longa... Terra a vista, pés no chão.
Uma vez na cidade, cumprimentos a alguns amigos, imediatamente vai ao INPS onde iria regularizar sua situação. Resultado: decepção, e das grandes. Começava aí o baixo astral de William. Uma visita ao bar de Joãozinho, conversa apressadas, algumas gaitada e para não sentir o dissabor de toque de recolher, procurou logo voltar a Natal, via Mossoró.
Na ida para a rodoviária, encontrou-se com um amigo que ofereceu-lhe uma carona até a capital do Oeste. Aceitou. Por uma questão de minutos os dois se encontrariam para a viagem, uma vez que o amigo estava de moto e ia deixá-la em casa e pegar o automóvel. Aí, à William foi aplicada uma espera de quase três horas. Impacientado tomou um ônibus e vamos a Mossoró.
Uma vez na cidade, precisamente na rodoviária. Um Ônibus com destino a Natal estava em ponto de partida. Comprado a passagem, consulta ao motorista o horário da saída. Informado, e para matar o tempo, dirigiu-se a uma lanchonete para tomar um refrigerante. Voltando não encontrou mais o ônibus. Partira. Logo à direita um táxi, já de motor ligado, oferecia-lhe uma corrida para alcançar o coletivo. Não andou cinco minutos e lá se foram Cr$500,00
Bufando de raiva, revoltado, tomando o ônibus, descarregou todas as baterias no motorista, que desculpou-se alegando que partira para cumprir o horário determinado pela administração da rodoviária de Mossoró. A viagem continua e a raiva de William aumenta cada vez mais, pois tomara um tremendo pinga-pinga.
Chegando em Natal, o desembarque. Caminhou para tomar um coletivo e foi surpreendido com a greve dos motoristas. Depois de mais uma hora de espera apareceu uma Kombi que fazia lotação para a Cidade/Ribeira/Rocas a Cr$150,00 por pessoa.
Aceitou. Depois de quarenta e cinco minutos de espera, o motorista lhe informava que cancelava a viagem, pois até àquele momento só tinha aparecido duas pessoas e não compensava a viagem. Aí, o homem endoidou. Tomou um táxi e lá se foram mais Cr$1.200,00
Só restou um consolo a William, depois dessa empreitada toda. Relatar-nos repetidas vezes com o bom humor que lhe é característico, para os amigos sua viagem e saber que o seu problema seria resolvido em Natal, sem a necessidade de ter ido a Areia Branca.
Mas, para não ficar atrás, Vanildo Nunes, que ouvira toda a conversa e já viveu todas a experiências na vida, batia no ombro de William com tapinhas, alegou que já ocorrera o mesmo como ele. Só que em lugar diferente: Amsterdã.
Moacir de Oliveira - Tribuna do Norte 05 de maio de 1991

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